segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Dorothy se foi há dois anos. E nós?

Defensora dos direitos igualitários sobre a propriedade da terra, a missionária norte-america Dorothy Stang foi assassinada há dois anos no Município de Anapu, oeste paraense. Região conhecida por conflitos agrários, líderes rurais, religiosos e outras pessoas que "perturbem" a ordem dos grandes empresários de terra, têm suas vidas um preço único: 10 mil, 30 mil ou quem sabe 50 mil reais, dependendo do seu status.

Para o pistoleiro, é só mais um número, para o empresário uma "dor-de-cabeça" a menos, para as famílias das vítimas, um perda e, para a Justiça Brasileira, mais um caso sem solução.

Quantas Dorothy`s morrerão até que as coisas mudem? Dezenas, centenas, milhares? Não sabemos, mas temos certeza que do jeito como as coisas caminham, não dá para continuar. É uma banalização do valor à vida, do poder, da ganância, da desigualdade social.

O bispo do Xingu, Dom Erwin Krautler recebeu ameaças de morte por seu trabalho contra os conflitos no campo e luta pelos direitos humanos, em dezembro de 2006. Qual será o seu destino? Qual será o nosso destino? Estamos fadados a matar-nos uns aos outros, apropriando terras, desmatando áreas, destruindo a floresta e as vidas humanas até quando?

Até quando viveremos assim? Não há solução, estamos em "terra sem lei?”.

Fabíola Corrêa

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