domingo, 9 de agosto de 2009

Um choque de realidade

No blog Hupomnemata, do professor Fábio Castro:

O caso é que as pesquisas caminham na direção de onde há cooperação científica consolidada. Na comunicação da UFPA não temos isso. Não tenho parceiros, minha faculdade não tem grupos de pesquisa e a percepção que predomina sobre um futuro curso de mestrado é que, para fazê-lo, basta um projeto.

Leia a íntegra do post.

citado por Alan Araguaia

domingo, 2 de agosto de 2009

No limite

O Programa "No limite III", da rede globo, está acontecendo numa fazenda alugada, entre Flecheiras e Lagoinha, no litoral leste do Ceará.

Sei disso porque semana passada estive lá fazendo uma visita com minha esposa, minha mãe e meu irmão menor. Lagoninha é uma pequena praia, muito bonita, que recentemente recebeu um grande contigente de hotéis, que estão acabando com seu litoral (lá as dunas já não existem mais). Existe lá um hotel que teve suas obra embargada pelo poder público, por ter mais de quadro andares.

Os bugueiros e moradores do local não estão satisfeitos com a grande emissora, pois sua economia, de aluguel de quadriciclos e buggys para andar na areia, está parcialmente tolida, por causa do fechamento da ponta de praia que liga Flecheiras a Lagoinha. As pessoas que já conhecem o passeio não querem fazê-lo "mais curto", e deixam de ir, deixando os bugueiros sem receita. Ouvi várias vezes eles dizendo de uma ação que estão movendo contra a Rede Globo, por obstrução de seu trabalho.

Parece que a globalização é descontínua e desigual, mas chega para todos.

Fabrício Mattos

Folhetinesco

A Folha de São Paulo está com raiva da TV Brasil. Diz que é desperdício do dinheiro público. Bom, nada consta, no editorial abaixo, sobre o empenho de construir pela primeira vez um sistema público de TV no Brasil, que tem imensas falhas, obviamente, mas que começa a veicular uma programação diferenciada da grande mídia. assisti recentemente um documentário sobre o trabalho precário na africa subsaariana, vejo seu telejornal todos os dias (que também tem muitas falhas, mas o conteúdo é superior aos jornais : da Band, Nacional e do SBT).

O Repórter Brasil (telejornal noturno da TV Brasil) passa no horário da novela das nove da globo, e traz algumas inserções diárias de vídeos feitos por organizações da sociedade civil, explicações sobre temas da agenda contemporanêa e busca sempre notícias das cinco regiões do país.

Quanto à sua extinção (proposta pela Folha), podemos fazer uma analogia com o exemplo histórico do Ministério da Cultura. Sob o pretexto de que "o Estado não deve interferir na cultura" e "devenmos enxugar o estado, cortando cusstos", em 1992 Fernando Collor extinguiu o Ministério da Cultura do Brasil, transformando-o em sercretaria.

Mesmo após sua "recriação", em 1994, até hoje o Minc sofre com o impacto daquela época: falta de pessoal qualificado a longo prazo e instabilidade institucional, apesar deste quadro se reoganizar com a gestão Lula/ Gil/ Ferreira.

Será que a melhor saída é extinguir uma instituição nascente, que ainda está em fase de estruturação (acabou de completar um ano)? a sociedade civil a critica, mas a quer.
Parece que os empresários da comunicação, não.


Segue abaixo o seu editorial publicado em 31 de julho de 2009:

TV que não pega

LANÇADA EM 2007 pelo governo como se fosse uma espécie de versão brasileira da BBC, a TV Brasil já perdeu 6 dos seus 15 conselheiros originais em pouco mais de um ano e meio. Coincidentemente, a TV criada por Lula acabou de ganhar uma nova identidade visual, que, segundo comunicado da emissora, dará “uma cara moderna e atual” ao logotipo. Mas pouca gente ficou sabendo, dado o exíguo alcance do canal.A TV Brasil integra a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que tem Orçamento de R$ 350 milhões por ano e abarca nove rádios e duas outras emissoras, além de seu carro-chefe.O governo queria, com a EBC, criar uma grande rede pública nacional. Após a saída de três diretores vinculados ao Ministério da Cultura, o controle ficou nas mãos da Secretaria de Comunicação, do ministro Franklin Martins. A TV que se queria pública é antes de mais nada um cabide de empregos.O lance mais recente da novela da emissora foi o anúncio feito à Folh a pelo presidente do conselho curador, Luiz Gonzaga Belluzzo, de que entregará o cargo.Antes dos problemas políticos, a empresa padece de irrelevância técnica. Tem alcance muito restrito pela rede aberta, funcionando basicamente para clientes de operadoras de TV por assinatura. Segundo a emissora, muitos espectadores assistem à programação por antena parabólica, o que também serve como justificativa para não divulgar dados sobre audiência.O fato é que a TV Brasil já começou mal, através de uma medida provisória, em vez do encaminhamento por projeto de lei. Tem 15 “representantes da sociedade civil” em seu conselho, todos nomeados pelo presidente Lula. Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência recomendam que a TV seja fechada -antes que se desperdice mais dinheiro do contribuinte.


Fabrício Mattos