Não sei se vocês assistiram, mas hoje passou uma matéria sobre Belém no Jornal Hoje. Uma matéria "fria", digamos, perto dos acontecimentos envolvendo a menina que foi estuprada pelos presos em Abaetetuba. Não sei, mas acho que no meio dos acontecimentos, o Jornal resolveu aproveitar que a equipe estava cobrindo esses fatos e fazer uma matéria de "curiosidade" sobre Belém.
Penso ser o tipo de matéria que serve pra calar a boca daqueles que dizem: "Belém (ou o Pará) quando aparece nos noticiários nacionais, é só desgraça". Exceção à regra. Lição para os deterministas.
A matéria começa dizendo da importância de Belém para a coroa portuguesa. Falando de aspectos históricos importantes, como a possibilidade da cidade ser a capital do Brasil pela facilidade de comércio que tinha a região norte com a europa etc. Mas o que mais me impressionou foi outra coisa: a demonstração histórica e sutil de como são criadas as identidades regionais.
A repórter falou da influência da imigração japonesa, comparou o ver-o-peso com as feiras livres da asiáticas e africanas, com frases que apontavam a importância que tem para as pessoas as coisas que haviam se tornado "nossas", ou "da terra".
O Cheiro-do-Pará, por exemplo, em que a essência é feita de uma das mais conhecidas especiarias indianas, o patchouli. Nas entrevistas, esses sentimentos identitários criados com a pimenta-do-reino (a pergunta dela pro feirante do ver-o-peso: "Você sabe de que reino é esta pimenta?") . E a resposta ("Não sei, mas acho que é daqui mesmo. É da terra").
A matéria termina mostrando as hibridizações. As tradições criadas na culinária. Mostra temperos indígenas como o tucupi, misturados com as "especiarias do oriente" como o manjericão e outras ervas, criando a "culinária paraense", e desmistificando uma certa tradição purista que ainda permeia a cabeça de muitos intelectuais e idealistas na cidade de Belém. Achei genial.
Penso ser o tipo de matéria que serve pra calar a boca daqueles que dizem: "Belém (ou o Pará) quando aparece nos noticiários nacionais, é só desgraça". Exceção à regra. Lição para os deterministas.
A matéria começa dizendo da importância de Belém para a coroa portuguesa. Falando de aspectos históricos importantes, como a possibilidade da cidade ser a capital do Brasil pela facilidade de comércio que tinha a região norte com a europa etc. Mas o que mais me impressionou foi outra coisa: a demonstração histórica e sutil de como são criadas as identidades regionais.
A repórter falou da influência da imigração japonesa, comparou o ver-o-peso com as feiras livres da asiáticas e africanas, com frases que apontavam a importância que tem para as pessoas as coisas que haviam se tornado "nossas", ou "da terra".
O Cheiro-do-Pará, por exemplo, em que a essência é feita de uma das mais conhecidas especiarias indianas, o patchouli. Nas entrevistas, esses sentimentos identitários criados com a pimenta-do-reino (a pergunta dela pro feirante do ver-o-peso: "Você sabe de que reino é esta pimenta?") . E a resposta ("Não sei, mas acho que é daqui mesmo. É da terra").
A matéria termina mostrando as hibridizações. As tradições criadas na culinária. Mostra temperos indígenas como o tucupi, misturados com as "especiarias do oriente" como o manjericão e outras ervas, criando a "culinária paraense", e desmistificando uma certa tradição purista que ainda permeia a cabeça de muitos intelectuais e idealistas na cidade de Belém. Achei genial.
Fabrício Mattos
4 comentários:
não vi a matéria, mas pela descrição pareceu mesmo uma boa idéia!
abraço camarada (hoje estão comemorando na federal os 90 anos da revolução russa, q tal?)
Alan Araguaia
"Excessão à regra. Lição para os deterministas."
"EXCEÇÃO" : sf.1.Ato ou efeito de executar.2.Desvio da regra geral. 3. Aquilo que se exclui da regra da rehra. 4. Exclusão. 5. Privil[égio (1). [Pl.:- cões.]fonte: Mini 0Dicionário Aurélio.
Corrige ai que ficou feio no Texto.
"Excessão à regra. Lição para os deterministas."
"EXCEÇÃO" : sf.1.Ato ou efeito de executar.2.Desvio da regra geral. 3. Aquilo que se exclui da regra da rehra. 4. Exclusão. 5. Privil[égio (1). [Pl.:- cões.]Fonte: Mini Dicionário Aurélio.
Corrige ai que ficou feio no Texto
Ficou feio mesmo. Valeu!
Não é de hoje que me enrolo com exceção
Fabrício
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