sábado, 2 de junho de 2007

Coisas quaisquer

A fera
Fera que se debate nas paredes de pele
ávida quer devorar o distante
se se liberta corre em exaspero
pois o domador ronda e ameaça
não sejas tão bruta
deixa a vontade sentar e
saboreia junto à mesa

Gritos e gargalhadas perpassam meu muro
com uma cratera no meio
tento compreender por que
ele já estava aí quando cheguei

As ruas de minha cidade são feias
o calor aumenta minha ira
me pego a conversar comigo
querendo mais daquilo
que não provei

As palavras não servem
senão para sua própria procriação
melhor é calar-se
e sorrir sem constrangimento

Não sei se o que faço é poesia
nem se o que digo faz sentido
só quero saber se o que sinto
pode ser mutacionado em linguagem.

Alan Araguaia

2 comentários:

Anônimo disse...

muito firme o poema e também a iniciativa de vocês, eu como futuro estudante de jornalismo gostaria de saber quem são os donos desse projeto

Fabíola Corrêa disse...

Segura essa fera!