sábado, 31 de março de 2007
Passional
Não quero invadir teus espaços, mas como costuras tua memória? Eu acho que to vivendo uma nostalgia da minha vida, construindo uma outra narrativa pras histórias que eu não passei.
Às vezes eu me pego mesmo querendo cair no delicado abismo da vida prosaica, mas sempre existem os outros. Incansáveis. Pelejadores. Internos na percepção, na sensitividade, na forja do pensamento e no andar das calçadas.
Fotografias não contam histórias, nós que mentimos muito.
Ainda caminhando pra lugar nenhum.
Hoje eu queria estar fora de mim.
E isso não faz eu me sentir melhor.
Fabrício Mattos
sexta-feira, 30 de março de 2007
O castelo
O pedreiro, no meio de seu labor, tornou-se amigo da dona da obra, e vez ou outra é convidado para tomar um cafezinho com ela. Observa aquelas paredes, pela primeira vez contempla o que lhe arrancou tanto suor e lágrimas. Percebe a beleza, quase esquece das próprias dores musculares, ainda latentes. A leveza evidente nos movimentos da dona da casa provoca nele um projeto de sorriso, pois se sabe participante de tal bem estar. Mas repara no sofá em que está sentado: não foi ele quem fez, é de origem desconhecida. Os quadros nas paredes pintadas por ele apresentam gravuras de seres estranhos, os quais não compreende e mesmo os amedrontam.
Sente como se o castelo que fez pensando nela fosse apenas uma casca, a qual ela preencheu com a sua polpa, independentemente. Ao se entregar com todas as forças a esses pensamentos, se certifica que é uma visita. Não está muito à vontade no castelo, que afinal, surgiu das suas mãos, do qual foi simultaneamente arquiteto, engenheiro e pedreiro. Sorri desconsertado para a dona do castelo, aceita timidamente a xícara de café, promete voltar mais vezes e se despede de forma afoita. É hora de construir outro castelo.
Alan Araguaia
sábado, 24 de março de 2007
Terceira margem do rio
O conto fala de um homem que embarca em uma canoa para lá ficar. Ele não quer aportar em lugar nenhum, quer apenas seguir, seguir e seguir. "Ocê vai, ocê fique. Ocê não volta mais", sentencia a mulher. É a metáfora do eremita ao meu ver, o homem que busca encontrar a plenitude na solidão. E também é a metáfora da continuidade, como bem lembrou minha amiga sagitariana. O filho tem uma grande responsabilidade: continuar a obra do pai. Será isso justo? Será isso natural? Fiquei matutando essas coisas.
Alan Araguaia
quarta-feira, 21 de março de 2007
Era uma vez na academia...
Lembrei de alguns fatos recortados... vou contar a vocês.
Certa vez a academia, este personagem que muitas vezes julga-se maior, estava discutindo a traição. O motivo? Uma foto do Chico Buarque com uma mulher casada nas praias do Rio de Janeiro. Pois é, parece que ele foi pego olhando as saias de quem vive pelas praias, coloridas pelo sol.
Sem mais delongas, o diálogo começava assim:
- Eu adoraria trair meu marido com o Chico Buarque.hahahaha! Disse uma das alunas. Claro, sem deixar de mostrar um tranqüilo sorriso de admiração e aquele brilho nos olhos de fã (aqueles que vêem as vitrines da galeria, sabe?).
- Seria maravilhoso, né? Acho que até o marido deveria se sentir lisonjeado pelo homem que foi trocado... Dizia a professora, com fiel afirmação de conhecedora da obra do cantor-compositor. Não achas? Voltou-se pra mim...(Pausa)
Pergunta afiada - até certo ponto constrangedora - mas crucial para mim, já que a platéia esperava uma resposta de um dos poucos representantes do sexo masculino na turma.
- Olha... Tu queres que eu diga o que eu acho mesmo ou que eu minta? (em “pratos limpos”, como gosto de fazer).
- Pode falar...
- Então... Acho o seguinte: se fosse minha mulher, não gostaria que me traísse com homem nenhum, mesmo o Chico Buarque. Não acredito nessas coisas “mitológicas” que vocês acham dele...
- Então tá, machão! Respondeu ela. Riso geral, inclusive meu.
- Não é isso... É que se pressupõe que eu goste de um jeito diferente da mulher que está comigo, não é? Supõe-se que goste mais dela do que a admiração que tenho pela obra do Chico Buarque, certo?
Silêncio...
Eu, na realidade, não saberia o que fazer numa situação como essa. Provavelmente acabaria ouvindo um bom conselho e acharia um abrigo no peito do meu traidor. Mas isso faz parte do show deles.
Artistas de bom coração, leiam isto por favor...
Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
terça-feira, 20 de março de 2007
Pelos palcos da vida

Uma apresentação cheia de encanto
Os atores nos convidam a assistir
Um show no teatro
São muitos os palcos
Reverberando diálogos entre o ruidoso silêncio da platéia
Observadora, atenciosa
Cheia de expectativas
Essa história é cheia de estórias
Mudam-se atores, teatros e figurinos
O protagonista continua lá
A dizer, e a pensar
O que dizer?
Com quem contracenar
Quem sai pode não mais voltar
Mas há surpresas
Novos personagens surgem no percurso
Entre atos, diálogos
Tristezas, decepções?
Alegrias
Alegria por estar aqui e acolá
Proclamar idéias
Interpretar tipos
Ser um tipo
Não precisa pagar ingresso
A quem interessar
Há muitas marcas
No chão e no coração
É um longo caminho
Um monólogo, por vezes
Um grupo, por outras
A si dialogar
Ele está lá
Olha, não opina
Deixa que cada um reja a orquestra
O ator agradece
Há muitas luzes
Todo um colorido
De repente... preto e branco
Acabou?
Não, é um novo começo
As luzes demoram a apagar
Àqueles que sabem guiar
A sua encenação
Qual o roteiro?
Cada dia é um dia
Até que um dia
As cortinas se fecham.
Fabíola Corrêa
domingo, 18 de março de 2007
www.contro-versus.blogspot.com
sábado, 17 de março de 2007
A violência que violenta
Vídeo "A história da não violência"
Um tiro no estômago
Pei!
É um tiro
Um estampido
Alguém foi atingido
Um tiro é um soco no estômago
Em uma sociedade banalizada pela violência
Ferindo a vítima, nós
Derrama-se a dor
Dor pelo descaso
Dor pelas mazelas
Não sei
Um João Ninguém
E acertou em alguém
Vítima?
Da bala?
Das mazelas?
São números de estatísticas.
sexta-feira, 16 de março de 2007
Pratique o bem

Beber todas? Fumar muito? Comer bastante?
É, somos humanos, suscetíveis a erros, vícios e exageros. Mas por sermos humanos, temos o discernimento de distinguir o que é bom ou ruim para nós. Por sermos o que somos, fraquejamos, entregamos a caminhos sem saída e a males que nos prejudicam. Isso é viver.
Viva de todo emoção, de todo coração, pois somos o amor, e por não amarmos e respeitarmos o próximo, estamos causando nossa própria destruição. Guerras, fome, miséria; o homem pode tudo porque a ele foi dada a inteligência para criar, questionar e conhecer. Nada de destruiçao, e sim construção.
Conhecer a tudo e a todos e, descobrir que não estamos sós ao mesmo tempo em que somos sós, é o sentido da vida. Chega de egoísmo e de ambições destrutivas, a terra não é nossa, estamos aqui somente de passagem, ela é nossa morada enquanto estamos presentes em carne. Morrer não significa que tudo terminou, sim, acaba um ciclo, porém enquanto não cumprirmos nossa missão nesse planeta, sempre voltaremos à ele pois uma nova chance nos é dada para fazermos diferente.
Podemos fazer diferente agora, olhe além da ilusão, o mundo imaginário que a maioria das pessoas estão. Viva, não somente passe, cada tarefa é um gesto, não um ato mecânico. Respeitemos o tempo, o nosso tempo.
Nada é à toa, nada é por acaso. Em tudo há significados.
Preencha-se de sabedoria e busque a harmonia de seu ser, pois equilibrando a si próprio você ilumina o mundo e o seu caminho. Respeite a si e aos outros, sejam humanos, animais ou a natureza. Ela é nossa casa. Preserve e conserve.
Bondade e amor, acima de tudo.
Fabíola Corrêa
quinta-feira, 15 de março de 2007
Blog Intervenção Digital

BManeschy criou um blog chamado Intervenção Digital, onde ele usa elementos do cotidiano e do mundo real, um ludismo usando formas e cores, realçando a visão do artista sobre o mundo em que vive.
Na imagem acima, faz um contraste com o bucolismo e a arte digital na série "lugares", onde a paisagem se torna uma nova composição pelo olhar digital do artista.
Desconstrua o olhar e não se prive de manter contato com novas formas artísticas, veja o mundo ao inverso do convencional.
Fabíola Corrêa
Memórias na gaveta

Entre as caixas da memória
Vejo o meu passado guardado em trapos
Pedaços de uma história entre papéis, panos e promessas
De reler as linhas apagadas e construir um futuro de idéias
Vem-me a mente e apagam como fumaça
Do não contato entre o papel e caneta
Do teclado e monitor
Encaixoto o passado para o futuro de outrem
Bonecas, brinquedos, ursos de pelúcia
Palavras de um professor da escola
Notas em um boletim
Anoto em data marcada, as tarefas da lida
O número de telefone incansavelmente repetido no teclado
Deixou de ser discado
Adeus!
Vão se os papéis e os dentes
Sobra algo na memória
E algumas anotações na gaveta.
Fabíola Corrêa
sexta-feira, 9 de março de 2007
Aqueles de bom coração, leiam
O que tem me chamado a atenção ultimamente, é claro que não é a presença de trabalhadores informais nos coletivos, mas a enorme quantidade deles. E não são só vendedores: já vi músicos caribenhos, sanfoneiros cegos, palhaços que cobram o retorno do bom dia-tarde-noite, ou simples pedintes, com os mais diferentes discursos. Aí me pergunto: será que a situação está tão ruim assim ou vender/pedir ou pedir pra comprar por misericórdia é um bom negócio? Moro na Augusto Montenegro, portanto calculem quanto tempo passo dentro de um ônibus, e a minha vasta experiência por consequência. Em uma hora de viagem, em média uma pessoa a cada cinco minutos sobe no ônibus para esse fim.
Constatei que quase todos usam as mesmas palavras-chave, os mesmos apelos, ou o mesmo texto na íntegra. Em um esforço imaginativo, visualizei uma escola de pedintes dos coletivos, onde pessoas mais tarimbadas ensinam às novas gerações a arte de pedir no ônibus. Ou vender, que chega a ser a mesma coisa. Lá eles teriam aulas de retórica, postura, marketing, economia (para calcular as promoções), psicologia (para saber as impressões que causam nos passageiros) e é claro, teologia. Bem, isso foi uma grande viagem, mas em uma hora de ônibus dá pra pensar em muita coisa.
É lamentável ver que a maioria nem dinheiro para comprar as balas tem. Pedem dinheiro para "juntar capital". Outros mostram a receita de um remédio que garantem ser caríssimo, e precisam comprar para a mãe que padece de câncer no Barros Barreto. São muitos, que a gente se pergunta, como o Chico Buarque, "de onde essa gente vêm". É preciso pôr mais ônibus em circulação para abrigar toda essa demanda. E também para eu não ter que esperar horas pelo UFPA-Icoaraci. Em uma perspectiva menos realista, poderiam fazer um programa de emprego para eles. Quem sabe regulamentar a profissão e as suas diferentes categorias. Não sei, mas aposto que se a lucratividade é alta nesse ramo, por outro lado o mercado de trabalho é bastante selvagem. Ainda não vi briga para abordar um ônibus, mas não duvido que existam, e muitas. Claro que eles não expõem suas divisões em público.
Se melhorarem as condições, até cogito a possibilidade de entrar no ramo. Em um dia, faturaria mais do que em um mês de estágio, o que não chega a ser grande feito. O que eu faria para inflar tanto minhas vendas? Simples: apelaria às pessoas de mau coração também.
Alan Araguaia
domingo, 4 de março de 2007
"Esqueçam o que eu fiz"
A OAB já se manifestou contra. As centrais sindicais fazem coro de que não aceitarão esse tipo de intervenção. Mas Lula agora só ouve seus amigos da UDR, da Fiesp, do Fórum Econômico Mundial... é preciso balancear essas relações. Não caio no senso-comum das esquerdas de que Lula deve fazer um governo mandando uma banana para o empresariado e só atender as demandas do proletariado. Isso é uma loucura. Mas o direito de greve é uma conquista histórica dos trabalhadores, e é preciso mais cautela antes de mexer nesse vespeiro. Desse jeito, tendo a acreditar que Lula é de fato pautado pela mídia, que sensacionaliza o "caos" que uma greve provoca na vida da sociedade "que não tem nada a ver com isso". São os mesmos que falavam antes que não tinham nada a ver com a violência nas favelas e estão sentindo o resultado de sua indiferença.
Alan Araguaia
sexta-feira, 2 de março de 2007
A rainha na Babel, observe
Uma imagem que mostra do peito ao rosto de uma pessoa chama-se de tomada close up (o mesmo nome de um creme dental), pois é uma tomada de aproximação. Ela descreve como e quem é o personagem por meio de sua face. Um plano médio (dos joelhos para cima), mostra a roupa, o corpo e parte do cenário, dizendo-nos de como ele se veste e fala através do corpo e; um plano geral, o ator e o ambiente onde se encontra. Tudo é descrito, basta observar.
Não há nada de extraordinário nesse filme, o que ele tem de interessante são os detalhes, pode-se dizer aí a maneira como a protagonista foi construída (merecidamente a atriz Helen Mirren ganhou o Oscar de melhor atriz, mesmo eu não tendo assistido a todos os filmes em que as outras atrizes concorrentes atuam. Não que o Oscar seja lá grande coisa, mas é sempre respeitador ser ganhador de uma estatueta dourada). Ela é a rainha e é uma rainha.
“Ao dirigir-se a ela, chame-a de ‘madame’com o som fechado”, diz o inspetor do Palácio de Buckingham. Há tantas convenções em torno da realeza que seria necessário um manual: jamais dê às costas para a rainha, cumprimente-a flexionando o corpo como fazem os japoneses em sinal de reverência; ou caso a família real esteja em seu palácio real, em Londres, a bandeira fica hasteada, etc. São minuciosos os gestos, os elementos, as convenções, as regras, e por aí vai.
Ao assistir um filme, não somente o veja, observe-o. Assim chegará mais próximo da idéia da concepção do diretor e, compreenderá mais claramente um filme (mesmo aqueles estaparfúdios, onde é necessário assistir mais de uma vez para compreendê-lo).
Quinta-feira, dia primeiro de março, foi a vez de ver “Babel”, a trama multi-étnica do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, famoso por suas duas obras anteriores, “Amores brutos” e “21 gramas”. A idéia é boa, há ótimas atuações, belos cenários e tristes desfechos, com a mesma lógica desse mundo desigual: o pobre sempre se dá mal.
Aí entram os detalhes, ambientações completamente diferentes (cada uma em um país) costuradas através de realidades contrastantes: garotos marroquinos, uma triste mulher americana, um ônibus, um rifle, um tiro. E aí se inicia a Babel.
Babel é uma palavra em acadiano que significa Bab ilu. Deriva de Bad ("porta", "portão") e ilu ("Deus") e significa "Porta de Deus". Para os judeus, o significado é de "confusão" em harmonia (Gênesis 11:9). Para Moisés teria derivado do nome Babel, em hebraico Bavél, da raiz do verbo ba.lál, que significa "confundir.
Essa multietnicidade embaralha nossos conceitos porque somos homens criados em países e culturas distintas, com seus idiomas, modos à mesa, roupas, relação homem-mulher e todo o mais.
Existem fronteiras geográficas, políticas, culturais e sociais. O olhar do rico e do pobre, do Ocidente e do Oriente. A babel de hoje é um mundo globalizado, ligado entre si. Não há como se vedar diante do outro, pois o que ele faz, repercute sobre mim. E isso que o filme “Babel” propõe.
Assistir a filmes é prazeroso, mas observá-los traz muito mais aprendizado. Olhe tudo, olhe através do olhar dos personagens, como eles se posicionam diante de si próprios e do mundo. Olhe a si mesmo. Aprenda com os outros (mesmo os personagens) e aprenderá sobre si próprio.
Os filmes são um bom exercício para observação. “A Rainha” e “Babel” me ensinaram isso. Compreender essas histórias nos leva a entender do porquê foram indicados ao Oscar, Globo de Ouro ou Cannes. Mesmo os filmes ruins, são bons para exercício da observação.
Elizabeth II é uma mulher observadora e, se não fosse, talvez não teria tanta bagagem para comandar uma monarquia com elegância. Brad Pitt (em ótima atuação) e Cate Blanchett têm a oportunidade (mesmo que infortuita) de ver de perto uma comunidade carente no meio do deserto em Marrocos dentro de “Babel”: as vestimentas das mulheres, o fumo em um cachimbo marroquino, a casa feita de pedra onde não há móveis e as pessoas se sentam sob tapetes, etc.
Exercite, pratique, observe, treine o seu olhar!
"Se quiser ser compreendido, escute". – Babel